Governo do Sudão do Sul alerta que quase metade de sua população está sujeita à fome a mais de 5 milhoes de abitantes
Nação mais nova do mundo está devastada pela guerra. ONU pediu 'ação urgente' por causa da situação.
Áreas do Sudão do Sul, devastado pela guerra, foram atingidas pela
fome, disse uma autoridade do governo nesta segunda-feira (20) ,
acrescentando que quase metade da população do país não teria acesso
confiável a alimentos a preços acessíveis até julho.
Algumas zonas do estado de Unidade, no norte do país, estão em situação
de "fome ou risco de fome" provocada pela guerra que atinge o Sudão do
Sul há mais de três anos, declarou Isaiah Chol Aruai, presidente do
Escritório Nacional de Estatísticas do Sudão do Sul.
"A convergência de provas mostra que os efeitos no longo prazo do
conflito, junto com os altos preços dos alimentos, a crise econômica, a
baixa produção agrária e as poucas opções de subsistência" resultaram em
4,9 milhões de pessoas afetadas pela fome, disse.
A classificação da fome corresponde a uma escala reconhecida
internacionalmente na qual uma falta extrema de alimentos comporta a
inanição e a morte.
Linhas étnicas
O Sudão do Sul, rico em petróleo, está em guerra civil desde 2013,
quando o presidente Salva Kii demitiu seu vice. Desde então, as guerras
tem segregado ainda mais o país em linhas étnicas, levando a ONU a
alertar sobre um possível genocídio.
O confronto tem impedido muitos fazendeiros de realizarem suas
colheitas, enquanto a hiperinflação que alcançou mais de 800 % no ano
passado colocou o preço de comidas importadas além do alcance de muitos.
Partes do país também foram atingidas por secas.
"Alguns condados estão classificados como escassez absoluta de
alimentos ou em risco que isso aconteça", disse Aruai durante entrevista
coletiva em Juba.
"A fome se tornou uma realidade trágica em partes do Sudão do Sul e
nossos piores medos se realizaram", disse na mesma entrevista coletiva o
representante da FAO no Sudão do Sul, Serge Tissot.
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